Veja a avaliação de alguns DJs renomados sobre o assunto:

DJ Dodô Azevedo
(Tocou na praia de Copacabana durante a comemoração dos Jogos Olímpicos 2016)
“Minha opinião sobre o vídeo é que isso acontece com mais frequência do que você imagina. E é triste que isso seja uma prática comum nos gêneros de eletrônica e funk carioca. Já vi, na minha frente, um DJ pegar um CD remix do Malboro e tocar a noite inteira como se tudo estivesse sendo mixado na hora por ele. Mas a culpa é do público, que prefere ver uma performance de teatro. Não é à toa que os DJs sérios desse tipo de música estão incorporando na sua cenografia, câmeras que mostrem que eles estão de fato discotecando. Estes são os primeiros a colocar seus vídeos no Youtube, como o incrível Sanny Pitbull. O ponto é que em música eletrônica, o público é que vai na onda do DJ. Ele fica livre pra tocar o que quiser e o público que se vire. Logo, dá pra pré-programar um set. Como um DJ que toca de Cartola a Nirvana passando por Nine Inch Nails, digo que nosso trabalho pressupõe o contrário: ter o talento para perceber a pista de dança como algo orgânico, imprevisível.”

Rosana Rodini
(Tocou para Madonna, no Bar Secreto, em São Paulo, e embalou o romance dela com Jesus Luz)
“Vi o vídeo e vi que tinha um cara mexendo um pouquinho para ele. Jesus mexia muito pouco, ficava dando mais uma arrumada. Mas era o tal cara que controlava os volumes, os graves. Mas isso acontece muito. Normalmente com quem está aprendendo. Não é o ideal, mas também não é raro. Mas quem contrata Jesus Luz, contrata porque o cara é o namorado da Madonna, e isso está implícito no cachê. Só um DJ top ganha R$ 18 mil. Um bom cachê, para fazer um set, está em torno de R$ 4 mil.”

Marcelinho da Lua
(Tem dois CDs gravados, abriu o show do DJ Moby e é idealizador do Baile Tranquilo)
“Achei presepagem máxima! Ainda fingiu que estava fazendo algo no mixer na simples entrada da batida! E a subida gogo girl na mesa? Mas é isso aí que a turma gosta”

Johnny Luxo
(Comanda as carrapetas mais bombadas de São Paulo, como a do clube Glória, onde toca com Alexandre Herchcovitch)
“Hoje em dia, existem muitos tipos de DJ. Tem o tipo Tocadiscos e o tipo Jesus Luz. Mas o importante é fazer a festa acontecer. Não adianta o cara arrasar na técnica, nas acrobacias e a pista não bombar, não acontecer. Acho que tem espaço para todo mundo. Se o cara arrasa na técnica, no repertório, na interação com o público. Cada DJ tem sua marca e, quem contrata, contrata por causa dela. Além disso, acho que essas críticas não vão fazer a menor diferença para o Jesus Luz. Ele não vai deixar de ser quem é, e vai continuar tocando. Quando comecei, me criticavam porque não mixava ou porque tocava música velha e nada disso nunca me abalou, pelo contrário”
Cláudio Silberberg
(Dono da gravadora ST2 e faz parte do duo Smagas)
“Se ele toca ou não, só dá para saber ao vivo. Não dá para perceber através de vídeo. Sou um DJ que toca de vinil, mas a maioria toca com CD ou a partir de programas de computador. Se ele falou para as pessoas irem ao show dele, deve estar falando a verdade. Mas independente da técnica de mixagem, ele tem que ter presença do que o público está querendo. Ninguém quer só técnica, o público quer dançar. Conheço muita gente que não sabe mixar, mas consegue animar uma pista porque consegue encaixar uma boa seqüência de musicas. Tem que ter ‘feeling’. Mas eu, como produtor, só contrato alguém que eu tenha visto tocar ao vivo. E é claro que a mixagem é importantíssima.”